Por Suzana Liskauskas
Investir em imóveis, aqui e em qualquer lugar do mundo, é arriscado — quase tão arriscado quanto comprar ações. Uma série de fatores, sobre os quais o investidor não tem nenhum controle, influencia os preços de casas, apartamentos e escritórios: oferta, demanda, situação da economia, taxa de juro, leis de zoneamento, obras. Para a aplicação em imóvel valer a pena, é preciso que a perspectiva de retorno seja bem maior do que a da renda fixa.
Depois de anos de crise, é isso que espera a maioria dos analistas ouvidos por EXAME. “Não vejo espaço para aquela euforia do passado, quando muitos investidores ganharam dinheiro comprando imóveis na planta, ainda em construção, e revendendo. Mas há oportunidades interessantes no mercado”, diz Fabrizio Ianelli, superintendente executivo de negócios imobiliários do banco Santander.
A expectativa positiva para o mercado imobiliário se deve, por um lado, à recuperação da economia, que elevou a demanda. Depois de seis anos em queda, as vendas de imóveis residenciais cresceram 10% neste ano e o total de escritórios vagos diminuiu. Além disso, a oferta caiu porque as incorporadoras passaram a construir menos, em meio à recessão.
Os preços, porém, reagiram de maneira distinta. Enquanto o valor médio dos aluguéis comerciais tem aumentado levemente, os preços de casas e apartamentos encolheram 0,4% nas principais cidades brasileiras nos últimos 12 meses até outubro. Desde 2013, a baixa é de quase 15% em termos reais
